Belo Horizonte – A Polícia Federal, com o apoio da CGU e do TCU, deflagrou nesta quarta-feira (6/12) a Operação Esperança Equilibrista, que apura a inexecução e o desvio de recursos públicos destinados à construção e implantação do Memorial da Anistia Política do Brasil, financiado pelo Ministério da Justiça e executado pela Universidade Federal de Minas Gerais.
Cerca de 84 policiais federais, 15 auditores da Controladoria Geral da União e 2 do Tribunal de Contas da União cumprem 8 mandados judiciais de condução coercitiva e 11 mandados judiciais de busca e apreensão.
Idealizado em 2008, o projeto do Memorial visa à preservação e à difusão da memória política dos períodos de repressão, contemplados pela atuação da Comissão da Anistia do Ministério da Justiça, a partir da reforma do “Coleginho”, no bairro Santo Antônio, onde seria instalada uma exposição de longa duração com obras e materiais históricos, além da construção de dois prédios anexos e uma praça de convivência.
A PF apurou que, até o momento, teriam sido gastos mais de R$ 19 milhões na construção e pesquisas de conteúdo para a exposição, mas o único produto aparente é um dos prédios anexos, ainda inacabado. Do total repassado à UFMG, quase R$ 4 milhões teriam sido desviados por meio de fraudes em pagamentos realizados pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa – FUNDEP, contratada para pesquisas de conteúdo e produção de material para a exposição de longa duração. Os desvios até agora identificados teriam ocorrido por meio de pagamentos a fornecedores sem relação com o escopo do projeto e de bolsas de estágio e de extensão.
O nome da operação policial faz referência a um trecho da música “O Bêbado e a Equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc, considerada o “hino dos anistiados”.
Será concedida entrevista coletiva, às 10h, na sede da PF em Belo Horizonte, na Rua Nascimento Gurgel, 30, Gutierrez.
Comunicação Social da Polícia Federal em Minas Gerias