O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta criticou representantes do governo de São Paulo. O ministro se referiu a uma fala do infectologista David Uip, que mais cedo revelou ter recomendado ao ministério da Saúde o uso de hidroxicloroquina para tratamento de covid-19.

Mandetta reforçou que a definição médica individual é o que deve ser considerado no tratamento da doença, e que só recomendará a cloroquina e a hidroxicloroquina caso sejam referendadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) como medicamentos viáveis no tratamento contra o novo coronavírus. “Em uma videoconferência com o CFM e David Uip, discutimos se utilizaríamos cloroquina nos graves. Deliberamos que quem analisa é o CFM. Hoje este medicamento não tem paternidade, o governador não precisa querer politizar o assunto, ele está colocado. Quando a gente coloca situações que possam ser complexas, que nós precisamos que os conselhos analisem”, disse o titular da saúde.

Mandetta ponderou que ministrar a hidroxicloroquina pode ser “complicado” antes do diagnóstico de covid-19, uma vez que muitas pessoas chegam aos hospitais com sintomas de síndrome gripal e leva um tempo até o diagnóstico e identificação correta do novo coronavírus. “Outra dúvida, 85% das pessoas que têm sintomas ficam bem tomando tylenol e se curam. Será que seria inteligente dar remédio para 85% das pessoas que não precisam dele e tem efeitos colaterais?”, questionou, lembrando que o medicamento pode gerar arritmia, com riscos a pacientes que não estão internados.

No último posicionamento sobre o tema, o Conselho Federal de Medicina esclareceu em nota que até o momento a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda nenhum tratamento e que “não há estudos conclusivos que comprovem a eficácia e segurança do uso de medicamentos que contém cloroquina e hidroxicloroquina para o tratamento da covid-19.”

Fonte: Agência Brasil/Portal do Careiro

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