Amazonas/AM – Uma equipe do  Ibama acompanha o período de eclosão dos quelônios ao longo da rodovia BR-319, no entorno de Manaus (AM). Servidores do Ibama e alunos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) estão percorrendo nove comunidades dos municípios do Careiro e Autazes no Amazonas.

O monitoramento vai se estender até o próximo dia 28. Diferentemente do que acontece em outras etapas do Programa Quelônios da Amazônia (PQA), o manejo nessas localidades exige a transferência dos ovos. Em situações normais, eles são marcados e vigiados na própria praia. No entorno de Manaus, onde os ninhos são feitos em barrancos ou longe da areia, é necessária transferi-los para evitar roubos ou depredações, por exemplo.

A maioria dos ninhos são de tracajá, com entre 25 e 30 ovos em média. Conforme o sucesso do manejo, a taxa de nascimento pode alcançar 95%. Na primeira fase, realizada em agosto passado, os ovos foram transferidos para chocadeiras artificiais. Esses equipamentos ficam sob os cuidados de moradores das comunidades. O tempo de incubação é de 90 dias.

Em novembro, o PQA/AM deu início à etapa final. As covas são abertas para checagem de nascimentos e verificação das medidas biométricas: comprimento e largura da carapaça e plastrão, altura e peso dos filhotes. Depois, a equipe retorna a cada uma das nove comunidades: Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Pacatuba, Ramal do Mamori, Santo Antônio, São Pedro, Tucunaré, Pirainha, Tracajá e Brasil 2 – sendo as quatros últimas de Autazes.

O monitoramento é feito em parceria com a Ufam, que vem atuando como colaborador externo. São alunos voluntários do Projeto Pé de Pincha, programa mantido pela Universidade do estado. “É um trabalho conjunto. O Amazonas é um caso particular por conta da extensão territorial. Nem sempre alcançamos todos os lugares, então o Pé de Pincha veio nos ajudar nesta missão”, explica a técnica ambiental do Ibama, Mayara Cristina de Lima.

Até a manhã do dia 23 de novembro, nasceram 1.236 filhotes, sendo 9 tartarugas e 1.227 tracajás. O monitoramento do Ibama é feito por Mayara e Renan Paiva, ambos coordenados pelo técnico ambiental do Ibama, Walmir Alves Nogueira.

O projeto de conservação de quelônios foi iniciado em 2012, no Ramal Mamori (município do Careiro), por meio do Pé de Pincha. O Ibama passou a atuar na fiscalização do período da desova em 2017. E com o recurso da conversão de multas conseguiu fornecer alguns insumos para subsidiar melhores condições de trabalho à comunidade. A colaboração dos moradores das nove comunidades tem sido fundamental.

“São aproximadamente 70 famílias que apoiam o programa voluntariamente. São moradores com entre 18 e 60 anos e, ao longo do tempo, se conscientizaram ao perceber a importância da conservação desses ninhos”, conta o coordenador do PQA/AM, Walmir Nogueira.

No Amazonas, o acompanhamento da eclosão se estende pelas calhas dos rios Juruá, Japurá, Negro e Solimões, entre outros leitos.

Fonte: ASCOM do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)

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