O ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima foi preso nesta segunda-feira, dia 3, pela Polícia Federal. Ele foi detido na Bahia, de acordo com informações da Folha de S.Paulo

A prisão é preventiva, ou seja, sem tempo determinado de duração. Geddel é uma das figuras mais próximas do presidente Michel Temer.

A Polícia Federal deflagrou em janeiro a operação Cui Bono? que mirava o político e sua gestão na vice-presidência jurídica na Caixa Econômica Federal, entre 2011 e 2013. Suspeita-se de um esquema de fraudes na liberação de créditos no período.

Também fariam parte do esquema executivos de empresas dos ramos de frigoríficos, de concessionárias de administração de rodovias, de empreendimentos imobiliários. Os investigadores acreditam que os membros do grupo tenham praticado os crimes de formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro.

De acordo com a PF, a prisão do ex-ministro foi motivada pelo fato de que o político tentava atrapalhar as investigações relativas ao caso e impedir as delações do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do doleiro Lúcio Funaro.

O MPF soltou nota sobre o caso: “Em cumprimento a uma ordem judicial que atendeu a pedido da Polícia Federal e da Força-Tarefa Greenfield – que também é responsável pelas operações Sépsis e Cui Bono – , foi preso nesta segunda-feira (3), o ex-ministro Geddel Vieira Lima. A prisão é de caráter preventivo e tem como fundamento elementos reunidos a partir de informações fornecidas em depoimentos recentes do doleiro Lúcio Bolonha Funaro, do empresário Joesley Batista e do diretor jurídico do grupo J&F, Francisco de Assis e Silva, sendo os dois últimos, em acordo de colaboração premiada. No pedido enviado à Justiça, os autores afirmaram que o político tem agido para atrapalhar as investigações. O objetivo de Geddel seria evitar que o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o próprio Lúcio Funaro firmem acordo de colaboração com o Ministério Público Federal (MPF). Para isso, tem atuado no sentido de assegurar que ambos recebam vantagens indevidas, além de “monitorar” o comportamento do doleiro para constrangê-lo a não fechar o acordo.

Na petição apresentada à Justiça, foram citadas mensagens enviadas recentemente (entre os meses de maio e junho) por Geddel à esposa de Lúcio Funaro. Para provar, tanto a existência desses contatos quanto a afirmação de que a iniciativa partiu do político, Funaro entregou à polícia cópias de diversas telas do aplicativo. Nas mensagens, o ex-ministro, identificado pelo codinome “carainho”, sonda a mulher do doleiro sobre a disposição dele em se tornar um colaborador do MPF. Para os investigadores, os novos elementos deixam claro que Geddel continua agindo para obstruir a apuração dos crimes e ainda reforçam o perfil de alguém que reitera na prática criminosa. Por isso, eles pediram a prisão “ como medida cautelar de proteção da ordem pública e da ordem econômica contra novos crimes em série que possam ser executados pelo investigado”.

 Matéria reproduzida do Yahoo Notícias

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