O PSDB decidiu, em reunião da executiva nacional ontem (12), que vai permanecer, por enquanto, dando apoio ao governo do presidente Michel Temer. De acordo com o senador José Serra (SP), o clima da reunião foi de “unidade”, apesar das divergências. “[O PSDB] não fará nenhum movimento agora de sair do governo. Se os fatos mudarem, faremos outra análise”, disse o senador.

A reunião da executiva nacional do partido, que durou mais de quatro horas, teve a participação de governadores, dirigentes estaduais, senadores e deputados. O presidente da juventude da legenda, Henrique Vale, foi um dos que defenderam a saída da legenda do governo. Já o ex-deputado e ex-presidente estadual do partido Antônio Carlos Pannunzio disse, ao deixar a reunião, que esse não é o momento de “chutar o balde”.

“Temos compromisso com o Brasil. Não vamos chutar o balde agora. Não podemos virar as costas  para o Brasil e temos que continuar”, disse Pannunzio. Segundo ele, uma eventual saída do partido da base de apoio ao governo traria mais problemas para o Brasil. “O PSDB está ajudando o país a superar a crise e reencontrar o seu rumo”.

Pannunzio negou o racha entre a ala jovem e os caciques da legenda. “Está se debatendo. Os jovens estão tendo a oportunidade de colocar seus pontos de vista e os mais velhos também”.

Relação com governo – O deputado Jutahy Magalhães Júnior (BA) disse que, neste momento, uma maioria representativa é favorável à permanência do partido na base de apoio ao governo, contudo, ponderou que a relação não é como um “casamento indissolúvel”

“Na situação de hoje está claro que a maioria não deseja a saída do governo neste momento.  É óbvio que ninguém pode dizer que é um casamento indissolúvel, porque é uma questão que fatos estão ocorrendo e cada fato que ocorrer vai ser avaliado no momento próprio.  Quando ser esta uma relação de apoio ao governo, você luta para que esse apoio seja permanente, agora, é óbvio que fatos novos impliquem uma rututa . Temos que esperar a situação ocorrer.”

Jutahy Magalhães também disse que a legenda sairá unida do debate. “Essa é uma proposta que será discutida ao longo do tempo,  de sangria desatada que temos que resolver hoje, mas temos certeza que se a decisão, quando for  tomada e se for tomada, será respeitada por todos. Uma coisa podem ter certeza, o partido sairá unido. Se não tivemos uma decisão hoje de sair ou não sair do governo,  temos uma decisão unânime de apoiar as reformas”

Liberdade – Da ala que defende que os tucanos devem entregar os cargos que tem no governo, o deputado Eduardo Cury  (SP) disse que a saída trará  liberdade ao partido na defesa das reformas.

“Alguns defendem a permanência como forma de preservar as reformas. Nosso pensamento é que não,  a melhor forma de tocar as reformas é não ter os cargos do governo e ter liberdade para ter a confiança da sociedade de que está se fazendo a coisa certa. Uns acham que o melhor é permanecer apoiando as reforma no governo e nós entendemos que devemos apoiar as reformas fora do governo”

Na reunião também está sendo debatida a antecipação das eleições para formação da nova direção nacional da legenda, já que atualmente o partido é comandado interinamente pelo senador Tasso Jereissati, após o Supremo Tribunal Federal (STF) afastar o senador Aécio Neves, que presidia o partido.

Matéria Pública no Portal Brasil

Twitter: @PortaldoCareiro
Redação: (92)99191- 9814