Guerra Urbana: Região Metropolitana do Rio teve 4.653 tiroteios em 2021

Rio de Janeiro - Operação policial Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Rio de Janeiro/RJ – Em 2021, houve 4.653 tiroteios na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, com uma média de 13 por dia. As ações policiais resultaram em 2.098 pessoas baleadas, sendo 1.084 mortas e 1.014 feridas, que representam cinco baleados a cada 24 horas. No mesmo ano, 17 crianças e 43 adolescentes foram baleados na Região Metropolitana. Os números fazem parte do Relatório Anual 2021 do Instituto Fogo Cruzado, publicado hoje (12) na página da plataforma digital colaborativa criada para registrar a ocorrência de tiroteios e de violência armada.

Operações Policiais – O instituto destacou que esses casos ocorreram mesmo com a vigência, desde junho de 2020, da decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, movida pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), determinando que as operações policiais nas comunidades do Rio de Janeiro só devessem ocorrer em ocasiões excepcionais e precisam ser comunicadas ao Ministério Público do estado.

Chacinas – O Relatório 2021 indica também a ocorrência de 61 chacinas na Região Metropolitana, quando 255 pessoas foram mortas. “As ações ou operações policiais foram responsáveis por três a cada quatro chacinas ocorridas no Grande Rio, vitimando 195 civis no total”.

Crianças e adolescentes – Das 17 crianças e 43 adolescentes baleados na Região Metropolitana do Rio em 2021, quatro crianças e 15 adolescentes não resistiram e morreram, sendo que duas crianças foram atingidas por bala perdida. Alice Pamplona, de 5 anos, ferida nas primeiras horas de 2021, e Manuela Griffo, de 9 anos, nos últimos dias do ano anterior. Em 2020, foram 22 crianças e 40 adolescentes baleados no Grande Rio.

Cecília Olliveira questionou a garantia de segurança para as crianças e adolescentes. “Muito se fala na proteção de crianças e adolescentes, mas quase nada é feito para garantir isso. Os dados mostram que eles estão sendo feridos, mortos, que têm problemas psicológicos, mas pouco ou nada é feito por aqueles que têm o dever constitucional de garantir um crescimento saudável e com direitos garantidos para estes pequenos cidadãos”, observou.

Agentes – O Relatório 2021 do Instituto Fogo Cruzado apontou ainda que 181 agentes de segurança foram baleados no Grande Rio em 2021. Entre as vítimas, 82 morreram. A categoria mais afetada pela violência armada foi a de policiais militares, representando 77% do total de baleados. Se comparado a 2020, houve aumento de 52% entre os mortos e de 13% entre os feridos. Naquele ano, 142 agentes de segurança foram baleados, sendo 54 mortos e 88 feridos.

Instituto – O Instituto Fogo Cruzado usa tecnologia para produzir e divulgar dados abertos e colaborativos sobre violência armada, como forma de fortalecer a democracia por meio da transformação social e da preservação da vida.

Polícia Civil – A Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) do Rio de Janeiro informou à Agência Brasil que todas as operações da atual gestão são baseadas nos pilares de inteligência, investigação e ação, e cumprem as decisões da ADPF 635. “Além disso, as ações policiais têm alcançado redução constante nos índices de violência registrados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), com resultados, em alguns setores, que são os melhores desde o início da série histórica”, diz a nota da secretaria.

Polícia Militar – A Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que as ações realizadas pela corporação estão rigorosamente de acordo com o que determina a ADPF 635 do STF. “Transparentes e protegidas pela legislação em vigor, as operações são precedidas de informações do setor de inteligência da Corporação e de órgãos oficiais, sendo executadas com base em protocolos técnicos com foco central na preservação de vidas – da população local e de policiais militares envolvidos na ação. Além de ser comunicado previamente, o Ministério Público estadual recebe relatórios sobre os resultados das operações, como pode acompanhá-las em tempo real por meio de um aplicativo desenvolvido com essa finalidade”, disse.

Ainda conforme a secretaria, a atuação da Polícia Militar têm contribuído “de forma significativa para redução expressiva e contínua dos indicadores criminais mais impactantes, tanto de crimes contra a vida como crimes contra o patrimônio”.

De acordo com a secretaria, ao longo de 2021, somente a Polícia Militar do Rio de Janeiro apreendeu 6.278 armas de fogo, sendo 288 fuzis, além de ter efetuado 33.052 prisões e 3.999 apreensões de adolescentes.

A secretaria destacou que o órgão responsável pela divulgação oficial dos índices da segurança pública no estado do Rio de Janeiro é o Instituto de Segurança Pública (ISP).

Fonte: Agência Brasil/Portal do Careiro

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