TCE-AM avalia a realidade dos lixões em Iranduba e Manacapuru no Amazonas

Foto: TCE-AM

Amazonas/AM – Uma equipe do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) realizou visita técnica em Iranduba e Manacapuru. A equipe foi capitaneada pelo coordenador de ações ambientais do TCE-AM, conselheiro Júlio Pinheiro, e pelo professor-doutor e ambientalista Fábio Feldmann, autor de obras sobre resíduos sólidos.

“São ao menos 300 famílias que sobrevivem no entorno do lixão, com casas ao lado. Precisamos exigir do poder público o cumprimento da lei que já existe para conter esse tipo de realidade terrível. O Tribunal de Contas tem feito sua parte de cobrar, de exigir um cuidado maior com resíduos sólidos, no entanto, ainda falta algo primordial, que é a destinação correta desses dejetos”, afirmou o conselheiro Júlio Pinheiro.

Sanções e multas – Ainda segundo o conselheiro Júlio Pinheiro, a legislação já prevê aplicações de sanções e multas a gestores que negligenciam os resíduos sólidos dos seus respectivos municípios.

Punições previstas em lei – “São várias punições previstas em lei, inclusive o prefeito estará passível de ter as contas reprovadas porque não há aplicação correta do que determina a legislação. Esse critério adotado pelo TCE-AM de primeiro orientar esses gestores já está se esgotando. Ou nós resolvemos esse problema definitivamente, ou vamos encontrar cada vez mais seres humanos vivendo como aqui, em cima do lixo, junto a urubus e sujeitos a doenças”, ressaltou o conselheiro do TCE-AM, Júlio Pinheiro.

Realidade local – A catadora Viviane Feitosa, de 39 anos, contou para a comitiva do TCE-AM sobre como é viver no local e tirar do lixo o sustento da sua família. Segundo ela, a profissão não é para qualquer um.

“A gente trabalha com reciclagem de pet, papelão, plástico, latinha etc. A gente separa de segunda a quarta-feira, quando vendemos por peso. Às vezes o quilo dá R$ 120, R$ 160, é variado. A rotina é difícil, não é para todos, a necessidade é que nos obriga a fazer isso. Por falta de emprego a gente é obrigado a vir para sustentar a família da gente”, relatou.

Segundo Viviane Feitosa, é comum ter familiares e companheiros de trabalho doentes. “Tem gente que adoece de diferentes formas, alguns pegam frieira nas mãos, uma senhora já chegou a adoecer com problemas de pulmão. Quando chove, piora, alaga tudo. Não temos apoio da prefeitura nem do poder público, nem mesmo para um equipamento como luvas, botas, somos nós por nós”, concluiu a catadora.

Fonte: TCE-AM

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