O leilão para fornecimento de energia para Roraima realizado hoje (31) vai permitir a redução de cerca de 35% nos valores pagos atualmente pela eletricidade. Segundo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o estado tem pago R$ 1,28 mil pelo megawatt/ hora (MWh) gerado pelas termoelétricas a diesel. O valor médio do MWh das plantas vencedores da concorrência ficou em R$ 833, o que também significa um deságio de 22,7% em relação aos preços de referência estabelecidos para a concorrência.

As novas fontes de energia devem ainda trazer segurança energética para Roraima. O estado é o único não integrado ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e por isso, tinha aproximadamente 50% do abastecimento feito pela Venezuela. Com os problemas econômicos no país vizinho, o fornecimento de energia começou a apresentar falhas. De acordo com o governador, Antonio Denarium, ao longo de 2018 o estado sofreu 80 blecautes.

No entanto, a situação ficou ainda pior quando, depois de março, a Venezuela parou de fornecer eletricidade e o abastecimento passou a ser feito exclusivamente por termoelétricas. Segundo o governador, nos primeiros meses deste ano já foram 45 interrupções generalizadas no fornecimento de energia. “Isso atrapalha muito o desenvolvimento de todas as ações, desde as residências até o comércio e a indústria. Porque todas as atividades ficam paralisadas. E também a comunicação do estado fica comprometida”, enumerou Denarium.

Resultados – Foram contratados pelo leilão de hoje 293,8 megawatts de potência nominal que serão gerados por nove empreendimentos. A estimativa é que as empresas façam R$ 1,62 bilhão em investimentos para cumprir as ofertas estipuladas.

Entre as geradoras, oito vão ter contratos de 15 anos por trabalharem com gás natural ou fontes renováveis. A Uniagro vai oferecer eletricidade a partir de quatro plantas de biomassa de resíduos de madeira. A Enerplan e a BBF venceram a disputa com empreendimentos híbridos de biocombustível e energia solar. A BBF também vai fazer o fornecimento com outra planta quem mescla biocombustível com biomassa. A Azulão habilitou um empreendimento de gás natural, se tornando o maior fornecedor da disputa, com 126 megawatts de potência.

A Monte Cristo, da Oliveira Energia, será a única com contrato de sete anos. A termoelétrica vai gerar a partir de óleo diesel, oferecendo 42,2 megawatts de potência.

O início do suprimento está previsto para 28 de junho de 2021. Haviam se cadastrado para participar do leilão de hoje 156 empreendimentos com capacidade.

Linhão – Roraima espera ser integrada ao sistema com a construção do Linhão Manaus-Boa Vista. Licitado em 2011, o projeto do linhão ainda está em processo de licenciamento ambiental, em razão de um impasse envolvendo os índios waimiri-atroari, que habitam na região. O motivo é o traçado previsto para o linhão, dos 721 quilômetros da malha, cerca de 123 quilômetros passam dentro da Terra Indígena Waimiri-Atroari.

Na última terça-feira (28), o ministro Bento Albuquerque disse que a licença de instalação para o linhão deve sair no final de junho. Em fevereiro, o governo enquadrou o linhão de transmissão Manaus-Boa Vista como um empreendimento de infraestrutura de interesse da política de defesa nacional, em uma tentativa de agilizar o projeto.

A obra é de responsabilidade da concessionária Transnorte Energia, formada pela estatal Eletronorte e a empresa Alupar, que ganhou a concessão do linhão. A perspectiva do governo é que, uma vez iniciadas, as obras sejam concluídas em três anos.

Fonte: Agência Brasil/Portal do Careiro


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