Como a Selic acima de 13% ao ano afeta o cenário para os investimentos

Arley Junior -Estrategista de Investimentos do Santander Brasil

Nos dias 14 e 15 de junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central volta a se reunir para definir o novo patamar da Selic, a taxa básica de juros. Na atual decisão, o comitê tem a tarefa desafiadora de avaliar o momento de encerrar o ciclo de alta. O Departamento Econômico do Santander projeta aumento de 0,50 ponto percentual nesta reunião e de 0,25 p.p. em agosto, movimento que deve ser o último ajuste e levará a Selic a 13,50% ao ano.

Com os juros elevados, os investimentos em renda fixa ficam mais atrativos. Os produtos pós-fixados, ou seja, que acompanham a variação da taxa de juros, seguem como destaques nas nossas recomendações. O investidor pode optar por alternativas com liquidez, como os CDBs, fundos DI e Tesouro Selic, ou ainda com carência, como as Letras (LCIs e LCAs), que têm a vantagem da isenção do Imposto de Renda. Além disso, alternativas em crédito privado seguem como complemento da parcela recomendada para investimentos em renda Fixa, visto que costumam pagar prêmios em relação aos títulos públicos. Neste caso, o investidor encontra opções em fundos, previdência ou ainda em títulos de empresas, como CRIs, CRAs e debêntures incentivadas, produtos também isentos de IR para pessoa física.

Também continuamos recomendando a classe dos fundos multimercados. Como o nome sugere, esse tipo de aplicação permite acesso aos mercados de renda fixa, de renda variável e de câmbio, tanto no Brasil, quanto no exterior. A flexibilidade desses ativos é imprescindível em momentos de volatilidade elevada como o atual. E, mesmo com os juros elevados, esses fundos têm mostrado rentabilidade interessante.

Em momentos de incerteza, muitos investidores ficam indecisos sobre onde alocar seus recursos sem correr riscos de perder capital. Para esse perfil, indicamos os Certificados de Operações Estruturadas (COEs). Atualmente, o Santander oferece alternativas que acompanham diferentes índices e todos possuem capital garantido, ou seja, se o cliente mantiver a aplicação até o vencimento, ele terá a proteção do capital investido. Em alguns casos, há ainda uma rentabilidade mínima garantida, independentemente do desempenho do índice no vencimento.

Para aqueles que têm maior perfil de risco e prazo para alocação, vemos oportunidades na renda variável. Considerando o histórico recente do Ibovespa, a relação preço/lucro está em patamares historicamente baixos, o que sinaliza um momento oportuno de entrada para quem possui médio e longo prazos para investimentos. Há ainda a opção de investir em empresas consideradas boas pagadoras de dividendos, que tendem a oscilar menos quando comparadas às demais ações.

Em resumo, a nossa recomendação é que o investidor tenha uma carteira diversificada, equilibrada em relação ao perfil de risco, e tenha em mente que oscilações podem gerar oportunidades. Para ajudar a identificá-las em meio a um leque cada vez maior de produtos, também é fundamental contar com o apoio de um especialista que saiba quais aplicações são mais adequadas ao momento de vida, objetivos e perfil do investidor.

Por Arley Junior – Estrategista de Investimentos do Santander Brasil

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