Brasilia/DF – O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, participou, nesta terça-feira (27), em Brasília, da cerimônia de abertura do “Seminário Métodos Modernos de Combate à Corrupção”, realizado pela Polícia Federal. O objetivo do encontro é discutir novos desafios, fortalecer a governança e a sinergia entre os atores envolvidos no combate à corrupção e fomentar o aprimoramento das técnicas de investigações. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, também participaram do evento. O seminário acontecerá até a próxima sexta-feira (30).

Wagner Rosário destacou a integração entre os órgãos de controle como atitude fundamental para o sucesso do combate à corrupção. “Nós temos a força de cada instituição em cada um dos seus respectivos pilares de atuação no combate à corrupção. Se formos traçar uma estratégia de ação, temos que trabalhar com a capacidade de detectar e investigar os atos ilegais, sancionar e aprender com as investigações, criando mecanismos para que os ilícitos não voltem a ocorrer. Precisamos estar atentos e trabalhar com a parte prática, criando medidas preventivas”, afirmou.

O ministro acrescentou ainda que, no Brasil, existem duas ocorrências que dificultam o trabalho do controle: a corrupção e a má gestão. Segundo ele, foi criado, este ano, o Comitê de Combate à Corrupção, que conta com a participação dos órgãos responsáveis pelo tema e que fará a primeira reunião técnica no dia 29 deste mês. O Comitê irá integrar esforços e propor novas medidas anticorrupção no Poder Executivo federal, assessorando a Presidência da República na condução de uma política nacional na área.

“Estamos fazendo o levantamento geral do diagnóstico de corrupção do governo. Por exemplo, temos uma lei de conflito de interesses vigorando desde 2013, mas ainda existem deficiências. Temos normas, mas não temos todos os mecanismos para colocá-las em prática”, enfatizou Rosário. O ministro informou que o diagnóstico irá identificar essas falhas e indicar medidas para o aprimoramento de normativos e mecanismos para a atuação mais efetiva da administração pública na prevenção, detecção e sanção de casos de corrupção.

Durante a cerimônia, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, ressaltou a importância da modernização dos métodos de investigação. “Temos avançado no enfrentamento da corrupção. O fim da impunidade é algo a ser perseguido. Precisamos modernizar os métodos de investigação, como, por exemplo, a escuta ambiental, as operações disfarçadas e as estruturas físicas para o cumprimento das missões”, disse. Moro também afirmou que, para enfrentar a corrupção, é necessário a integridade máxima dentro dos órgãos de controle e fiscalização. “É impossível combater a corrupção sendo corrupto”, explicou.

Para o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, “a corrupção é um crime grave”. Segundo ele, o resultado dessa ação criminosa são as mortes nas filas de hospitais, mortes nas estradas, destruição de vidas que não têm acesso a uma escola e gerações que se perdem muitas vezes para o crime. “A corrupção mantém como padrão de comportamento vícios e hábitos desonestos em detrimento de valores éticos e morais, passando o sentimento de que o certo é ser desonesto e que a honestidade não compensa. A corrupção também se projeta em atraso econômico. Não é coincidência que os países com maiores IDHs são os que apresentam os menores índices de corrupção”, argumentou o diretor.

Participaram também do evento o advogado-geral da União substituto, Renato França, o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Luiz de Souza, o secretário Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, Luiz Roberto Beggiora, e o diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Igor de Paula.

Palestras – Nesta quarta-feira (28), no período da manhã, o diretor de Acordos de Leniência da CGU, Victor Godoy, e o diretor de Operações Especiais também da Controladoria, Israel de Carvalho, irão apresentar as palestras sobre acordos de leniência, inteligência e operações especiais. À tarde, o diretor de Prevenção da Corrupção da Controladoria, Márcio Denys Gonçalves, falará sobre a plataforma Mais Brasil, bem como sobre integridade, transparência, conflito de interesses e ética.

Fonte: Controladoria-Geral da União (CGU)


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