Cânula nasal desenvolvida pela UEA auxilia no tratamento de paciente com quadro grave da Covid-19 no Hospital Nilton Lins

A previsão é que mais unidades do equipamento cheguem à unidade hospitalar para auxiliar no tratamento de outros pacientes

Trazendo benefícios no tratamento da Covid-19, a Cânula Nasal de Alto Fluxo (CNAF), equipamento de suporte respiratório desenvolvido na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), entrou em uso na última terça-feira (16/03), no Hospital Nilton Lins (HNL). A primeira pessoa a utilizar o aparelho é um homem de 57 anos, com caso agravado da doença.

Sobre a criação e funcionalidade da cânula nasal, Aristides Torres, que é doutor em Engenharia Mecânica e professor da UEA, explicou que inicialmente o aparelho seria de médio fluxo, mas, em conversa com a equipe de profissionais do Hospital Nilton Lins, ele resolveu fazer a adaptação. “Eles entraram em contato comigo e falaram da possibilidade de adaptar o equipamento para usar em pacientes com o novo coronavírus”, relatou.

O fisioterapeuta Bruno Paixão, atuante no HNL, acompanha diariamente o paciente que está fazendo o uso da CNAF, também chamada de cateter de alto fluxo. Ele fala sobre a evolução do paciente desde o início do uso do equipamento.

“Ele permite o uso mais confortável no paciente. A gente tem outras interfaces que poderia usar, mas o cateter fica só na área nasal, então ele fornece um melhor fluxo umidificado e esse paciente está evoluindo. Ele começou com uma saturação bem ruim e agora está chegando numa saturação ótima para a gente e está conseguindo manter isso”, destacou o fisioterapeuta.

Benefícios – Atuante na Unidade de Terapia do HNL, o médico Wagner William foi quem, diante da necessidade dos pacientes agravados pela Covid-19, entrou em contato com o professor da UEA para que dessem andamento ao uso do aparelho não invasivo. Ele destaca com detalhes os benefícios do aparelho.

“É um caso grave, mas o fato de usar esse equipamento permite que o paciente continue se comunicando, o paciente consegue se alimentar, conversar um pouco”, explica o médico. “As vias aéreas não ficam tão secas, porque o equipamento não permite que elas fiquem úmidas, mas ele não tem uma situação tão desconfortável como normalmente tem quando usa alto fluxo com outros tipos de equipamentos”, explicou.

Ampliação – Conforme o médico, diante do sucesso de uso do equipamento no primeiro paciente, a previsão é que mais unidades garantam o tratamento não invasivo para outros pacientes acometidos pela doença.

“Nós temos 15 equipamentos no total, estão sendo desenvolvidas as peças, e nós já estamos utilizando uma que está em funcionamento. Está sendo um sucesso, e com esse sucesso nós resolvemos desenvolver outros equipamentos, outras peças para fazer essa parceria”.

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