Na reunião do projeto ‘Maria Acolhe’, agressores foram informados sobre as implicações do descumprimento de medidas protetivas e outras questões.

O 2º Juizado Especializado em Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Juizado Maria da Penha), do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), reuniu nesta sexta-feira (22) aproximadamente 70 homens que figuram como acusados de agressão em processos que tratam de casos de violência contra mulheres, alertando-os sobre as implicações judiciais do descumprimento de medidas protetivas e informando sobre as etapas processuais. A reunião, integrante das ações do projeto “Maria Acolhe”, que é desenvolvido pelos juizados “Maria da Penha”, marcou o encerramento da campanha Justiça pela Paz em Casa realizada durante toda esta semana  pelo TJAM.

No encontro, os homens que são parte nos processos também assistiram a uma palestra sobre as raízes da violência doméstica e a necessidade do fortalecimento da cultura de paz, especialmente no ambiente familiar.

Realizada no auditório do 2º Juizado Maria da Penha, que funciona no Centro de Referência e Apoio à Mulher (Cream), no bairro Educandos, zona Sul de Manaus, a atividade foi conduzida  pelos assistentes sociais Cyntia Ribeiro e Michael Couto e, também, pelo psicólogo Ismael Rabelo, todos integrantes da equipe psicossocial do Juizado.

A juíza titular do 2º Juizado Maria da Penha, Luciana da Eira Nasser, informou que as reuniões do projeto “Maria Acolhe” ocorrem todos os meses e as atividades são reforçadas em períodos de campanhas como a realizada nesta semana. De acordo com a magistrada, o projeto abrange reuniões tanto com acusados quanto com as vítimas e, além de fornecer instruções sobre trâmites processuais, os encontros buscam combater a violência e estimular a pacificação no seio familiar. “Nas relações familiares, muitas vezes, os vínculos permanecem mesmo após a prática de atos de violência, assim sendo, o projeto ‘Maria Acolhe’ tem como um de seus objetivos o favorecimento da cultura de paz”, disse a juíza Luciana Nasser.

Combate à violência

Em uma das palestras ministradas na reunião desta sexta-feira, o psicólogo Ismael Rebelo abordou as origens da violência masculina contra as mulheres e falou sobre a necessidade de mudanças de comportamento. “Infelizmente, ainda notamos em nossa sociedade a prática secular do patriarcado, onde o homem tem a primazia das decisões deixando a mulher na condição de submissa. Também temos muito evidente a cultura do machismo, que perpetua o patriarcado, privando as mulheres de seus direitos. Tanto uma prática quanto a outra, devem ser combatidas e a Justiça contribui para a mudança desse quadro”, afirmou o psicólogo.

A reunião desta sexta do “Maria Acolhe” foi a 18ª do projeto realizada neste ano no 2º Juizado Maria da Penha. A atividade – assim como outras com o mesmo objetivo – é realizada, igualmente, pelo 1º Juizado.

Fotos: Raphael Alves

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