O Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), deflagrou, na manhã desta quinta-feira, 10 de agosto, a Operação Déjà Vu. 20 agentes e delegados da polícia civil cumpriram 4 mandados de busca e apreensão em diferentes pontos da capital. O objetivo foi reunir documentos contábeis de firmas envolvidas em um esquema que desviou R$ 1,3 milhão de reais dos cofres públicos.

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O dinheiro foi liberado em 2009 para uma associação via emenda parlamentar. A organização não governamental deveria desenvolver projetos sociais esportivos com crianças e adolescentes na zona leste de Manaus, mas as investigações do MP-AM apontam que toda a verba foi desviada por integrantes da ong para outras firmas ligadas a familiares do ex-deputado estadual que obteve os recursos. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados, pois, a investigação está sob sigilo judicial.

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De acordo com o Procurador de Justiça e Coordenador do Gaeco, Mauro Veras, a ação desta quinta-feira foi para reforçar o trabalho investigativo com provas documentais que vão sustentar a denúncia criminal contra os suspeitos. Eles já foram condenados pela justiça na esfera cível, no último dia 28 de julho, por improbidade administrativa. Agora também devem responder pelos crimes de peculato, falsidade ideológica e falsidade documental. “A operação é um reflexo de algo que já vimos no passado, o Ministério Público já tinha processado as partes e o nome “Déjà vu” é apropriado por isso. Estamos dando sequência às investigações que foram feitas, continuamos a fazer agora no aspecto criminal para que, aqueles que já foram condenados na área cível, também sejam responsabilizados criminalmente”, afirmou o Procurador.

Além do ex-parlamentar, ao menos outras 4 pessoas serão denunciadas. A previsão é de que até o fim do mês de agosto o Ministério Público já tenha periciado os documentos recolhidos e ofereça a denúncia criminal à justiça.

Laboratório Contra a Lavagem de Dinheiro – A operação “Déjà Vu” é a primeira em que o Gaeco utiliza o Laboratório de Tecnologia contra a lavagem de dinheiro. A nova ferramenta de combate ao crime organizado foi adquirida pelo MP-AM em maio do ano passado, depois da assinatura de um termo de cooperação técnica com o Ministério da Justiça.

O laboratório permite que técnicos e Promotores do MP façam análises de dados bancários e contábeis por meio de softwares sofisticados. A tecnologia é a mesma utilizada nas operações da Lava Jato. “Com a tecnologia que o laboratório traz é possível não recebermos mais pilhas e pilhas de documentos para análise. Com a ferramenta, a mesma usada na Lava Jato, podemos receber tudo pelo sistema e, através dele, são aplicados filtros onde podemos verificar o trajeto do dinheiro público”, comemorou a Promotora de Justiça Christiane Corrêa, integrante do Gaeco.

A expectativa é que o laboratório impulsione ainda mais as investigações em curso coordenadas pelo grupo.

 

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