Situação é grave e indica negligência no fornecimento de EPIs; 5.780 instituições foram inspecionadas pelos Conselho Regionais de Enfermagem
Pelo menos 4.602 profissionais de Enfermagem foram afastados por suspeita de COVID-19. Fiscalizações in loco e levantamento situacional realizados pelos Conselhos Regionais de Enfermagem em 5.780 instituições de Saúde indicam alto índice de contágio na categoria, associado à escassez de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs). “Esta é apenas a ponta do iceberg”, afirma o chefe do Departamento de Gestão do Exercício Profissional, Walkírio Almeida. As ações de fiscalização contemplaram até o momento 27% do total de profissionais inscritos no Sistema Cofen/Conselhos Regionais.
“Recebemos 4.598 denúncias, a maior parte delas validada pela fiscalização, que identificou inadequações no fornecimento de EPIs e défice de 13.790 profissionais para atuar nos setores com atendimento à COVID-19. O adoecimento da equipe, posta em quarentena, agrava o défice no quantitativo para atendimento à população, além de representar uma tragédia para os profissionais e suas famílias”, afirma Walkírio. São Paulo lidera os casos registrados, seguido de Rio de Janeiro e Minas Gerais.
“Nossa maior preocupação, neste momento, é garantir a segurança do profissional de Enfermagem e da população”, afirma o presidente do Cofen, Manoel Neri. O Cofen defende a contratação de quantitativo adicional para fazer frente à pandemia e ingressou com ações na Justiça Federal para preservar profissionais idosos ou integrantes de grupos de risco, nas redes pública e privada, do contato com pacientes suspeitos de COVID-19.
“O profissional não é uma máquina, está sujeito aos mesmos riscos de qualquer ser humano. É inadmissível que integrantes dos grupos de alto risco sejam expostos na linha de frente do combate ao novo coronavírus. Já registramos, até o momento, 49 óbitos de profissionais de Enfermagem associados à COVID-19. A maior parte deles integrava pelo menos um grupo de risco e nem deveria ter atuado diretamente na assistência a suspeitos de COVID–19”, ressalta Neri.
Ansiedade e estresse – A sobrecarga de trabalho e o medo de contágio pela COVID-19 vem contribuindo para um aumento dos distúrbios profissionais relacionados ao estresse e ansiedade entre os profissionais de Enfermagem. Canal criado pelo Cofen para oferecer ajuda emocional a profissionais durante a pandemia realiza, em média, 130 atendimentos por dia. A equipe é formada por enfermeiros voluntários especializados na assistência de saúde mental, que visam colaborar com os milhares de profissionais que têm trabalhado incansavelmente nas unidades de saúde do País.
Confira as diretrizes atualizadas para a organização dos serviços de Saúde e uso de EPIs frente à pandemia de COVID-19.
Fonte: Ascom – Cofen